Segurança do Lar – A Guerra de Schindler - Parte 2

Para ler a Primeira Parte: Inóspido Lugar: Aqui.
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            Sol alto do meio dia, o vento bate constante trazendo o frescor que o verão necessita. A lenha sendo cortada, a comida sendo preparada, lenha queimando vagarosamente, o cheiro do cozido avisava que em pouco tempo estaria servido o almoço esperado.
            Schindler terminava de empilhar a ultima lenha cortada por seus netos quando Helena avisava do almoço posto a mesa.
-Venham meninos!! - aos berros dizia a Helena- venha comer!
            Schindler olho seus netos correndo na relva na direção da casa, no alto de seus 72 anos já não guardava o vigor de seus filhos, porém, mantinha o orgulho de toda sua família. Amava cada um com um carinho indistinguível e fraternal que somente um Deus Homem poderia sentir.
- Schindler! – exclamou Helena chamando-a mesa. Nenhuma resposta veio dos montes e nem do celeiro, nem o seu assobiar típico inconfundível ecoou de trás dos montes.
            Helena, casada com o velho Schindler a mais de 50 anos o conhecia melhor que ele próprio, Helena Schindler, seu nome era cuidadosamente citado em rodas de amigos ou na escola dos filhos e posteriormente seus netos. Mãos de fada,cozinhava os melhores quitutes já experimentados na Terra, este era um pequeno detalhe naquela mulher fantástica. Viajou por muito tempo com Schindler e nas viagens se apaixonou, ela se tornou cozinheira muito tempo depois dos meninos estarem crescidos e sempre foi assim, a melhor em tudo que escolherá fazer.
            Deixou as crianças enquanto se afastava da mesa. Levantou-se em direção a porta. Schindler não era o tipo de homem à deter-se na hora da refeição – estranho ela pensou – algo incomum no mínimo. Fitou olho sobre a faca da cozinha, a pegou prevendo um perigo costumeiro da vida longe das cidades. Ao sair pela porta desceu as escadas - com olho no horizonte da colina próxima - uma carroça trazia sete pessoas, sabia quem eram. Viu Schindler, estava sentado no lugar de cortar lenha, observando a carroça como se fosse a ultima visão de uma vida. Eram sete, os mesmos sete que à 4 anos se foram, agora voltavam. Seus filhos retornavam do serviço militar, todos vivos, feito totalmente improvável de acontecer, eram sete os mesmos sete, na mesma carroça...
            Minutos curtos se passaram, as crianças saíram para ver onde vovó Helena estaria, viram seus pais, tios e tias. Saíram em disparada, correndo pareciam voar tamanha era a pressa. Passando pelo campo com entusiasmo e alegria nos olhos, alguns eram novos demais para reconhecê-los mais todas, mesmo os mais novinhos, sentiam quem eram. Os jovens adultos correram para fora do carro de bois, deixando somente seu condutor no lugar, abraçaram seus respectivos filhos e filhas, rolaram pela relva, a mesma relva que um dia eles mesmos, rolaram quando criança e riram e choraram suas saudades.
Unidos mais uma vez.


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            Cadeiras não cabiam ao redor da mesa. Eram tantas pessoas que toras foram providenciadas as pressas, colos viraram acento para os menores, todos riam e se divertiam, a vida naquela tarde passava generosa e veloz como coisas boas costumam ser. Por algumas horas crianças se sentiram mais aquecidas que nunca, e os adultos mais próximos de casa. De uma forma mágica, o casal Schindler se sentiu feliz e receberam toda felicidade como se um remédio a muito receitado voltasse a ser ministrado.
            A noite caiu sussurrando à hora do jantar. Sopa quente já estava no seu preparo final, desta vez a panela era gigante, do tipo usado para a refeição de tropas, a família era numerosa e os filhos comiam como serras nervosas. Alexander, Rubon e Richard eram os mais novos e intrépidos dos filhos, Wagner e Gislei os menos apegados aos irmãos e os mais verdadeiros e Ulizer e Susan formavam a vanguarda, incrivelmente parecidos, cabeças duras e determinados. Hoje faziam parte da Ultima Grande Tropa, uma Elite de Soldados criada para regular as forças humanas por todo mundo e em casos de guerras Globais defenderem até o ultimo momento a vida e manter a paz.
            Traziam noticias algumas boas e outras nem tanto, porém, foram às más noticias que não foram contadas naquele jantar que iriam mudar a pacata vida do casal aposentado.
            Schindler sabia que faltavam informações, sentiu nos ossos que seus filhos detinham alguma informação e percebeu nos olhos de Helena que ele estava certo. Mas nada preocupante foi dito, ao menos não até a manha seguinte.
            O fato era sentido, a família Schindler iria retornar a guerra, mas agora o velho senhor estaria à frente mais uma vez.
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Continua...

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