Atlas Escor - A Caçada - Parte 1



            

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              Boquiaberto estava, olhando fixo a passagem que as arvores formavam, certo que o caminho não era tão simples e mais certo ainda que tudo ainda iria piorar. Não podia acreditar que seu objetivo se mantinha tão distante e por um momento se sentiu enferrujado e se achou um tolo por achar tudo fácil demais.

            Mensurou a distância silenciosamente. Encaixotado em sua prisão sombria, que chama de mente, todas as informações pertinentes para tal empreitada. Pensamentos, calculados muito rápido, nenhum homem sobre a Terra poderia equiparar-se, um gênio sem igual. Detinha um controle quase místico de seus movimentos, de forma sistemática se movia com frieza, podendo executar tarefas sem pratica como se Treinado fosse. 

            Jurava para si mesmo, que este era o ultimo trabalho, apesar de considerar tudo uma diversão, estava cansado, não suportava mais viagens eternas, andar por ruas sem fim, sua vida era uma construção vagarosa de uma realidade silenciosa. Dispunha de recursos abundantes, suficientes para um Rei manter todo seu país estruturado com um grande exército pronto. Poderia ter um castelo, poderia comprar seu próprio Reino. Estas idéia não lhe confortava a mente, estas idéias já foram descartadas há muitos anos. Sempre desejou uma família e por uma família executa esta ultima missão.

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Não conhecia o Escárnio propicio da criação, até hoje era mera formalidade.

            A muito não saia do lar, vivia modicamente em uma pequena casa em algum canto esquecido do mundo. O povoado mais próximo não passava de uma pequena vila cercada de fazendas, não havia mais moradores que uma taberna em dia de festa. Ali o tempo se esvaia em tardes gostosas, o mar próximo dava o som da calma, e o vento deitava a relva sem dificuldade, ali lebres e corsas circundavam a casa de madeira e um rio fornecia pescado quando a vontade pedia, tudo sem problemas. Nas proximidades ao sul de seu lar, o mar o presenteava com brisas leves e gostosas, o sol era gostoso e podia senti-lo se derramando pelos campos e preenchendo o céu, gostava de pescar e nadar, ali não era um local de monstros marinhos, já havia conversar com alguns elfos do mar e sereias, sempre soube que ali era um bom lugar de descanso.

            Não sabia qual, mas os deuses haviam lhe abençoado, só isso explica tamanha sorte que teve inúmeras vezes. Passava tarde após tarde recordando dos momentos que tinha certeza que morreria. Teve muitas ações estúpidas e recebeu muitas honras e glorias por tais imprudências. Nunca errará um movimento e sempre confiante na sorte para contribuir no momento críticos das suas aventuras, suas adagas moraram no crânio e no estomago de inúmeros inimigos e lhes salvaram mais de dúzias de vezes. Hoje estavam penduradas gentilmente na parede da casa que morava e estavam expostas junto de inúmeros outros artefatos raríssimos que usará ou que roubará em quase vinte anos de loucuras.

            Sentia raiva de pouca coisa, mas decidira nunca mais se embrenhar em outra montanha ou caverna para procurar encrenca, suas jornadas lhe custaram lagrimas e felicidade. Hoje se contenta com a vida que leva, concluiu que um homem não pode ter tudo, e se não pode ter a família que lhe foi tirada, resolveu se agarrar ao que tinha, paz. Não iria sair daquele campo, não iria abandonar aquelas terras que ele se apossou, mesmo porque expulsa-lo seria brincar com a morte e cobrar um preço seria negar qualquer gratidão que poderia ser cobrada um dia. Ali resolveu se estabelecer.

            Sonhos lhe mostravam seus cabelos brancos chegando e a colheita crescendo, estava vendo que em breve camponeses iriam querer semear suas terras e seria um senhor de menor importância na ponta de um reino isolado, até gostava da idéia, mas se ele era abençoado pelos deuses ou por algum deus especifico este iria cobrar sua benção e a paz que o tanto agradava não se manteria para sempre, mas se manteve por muito tempo.

            Até aquele dia fatídico.

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Continua...